Pesquisar este blog

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Abaixo a discriminação!

A cada dia que passa tenho mais certeza de que o discriminado sou eu. Branco, homem, classe média, sem filhos e que terminou o segundo grau em colégio particular.
Abrangerei oportunamente alguns temas que citarei aqui, de forma mais aprofundada, pois o que quero enfatizar agora é que, por ser branco, preciso estudar mais que negros e índios cotistas em faculdades. A figura mostra que o melhor candidato cotista ficou abaixo do último candidato normal e o último quotista tirou quase a metade da nota do primeiro candidato da UFRGS 2012. E mais, o número de aprovados declarados negros aumentou 58% esse ano. Antes ao menos a média da prova objetiva precisava ser atingida para que a redação fosse corrigida, agora há um escore diferenciado aos afro-descendentes, num aumento de 375%. Graças a esse tipo de discriminação que pessoas como o americano Colby Bohannan estão criando bolsas de estudos para brancos, onde basta ser 25% caucasiano para ganhar.
Fico pensando como os colegas acabam discriminando os cotistas e como será a discriminação depois no mercado de trabalho, inclusive pelos clientes, empresários e pacientes, quando souberem que a pessoa apenas conseguiu entrar mediante ajuda governamental.
Apenas 7% dos cotistas da primeira leva conseguiram terminar o curso no tempo previsto, o que evidencia a desqualificação dos egressos. No RJ há um apoio pedagógico para estudantes com dificuldade para acompanhar o curso, ou seja, além da faculdade, há um curso para alunos com dificuldade em aprendizagem. É só eu que vejo absurdo nisso?
Tenho um parente que levou 5 anos para passar em medicina. Hoje, formado e terminando especialização, sabe a importância que esse esforço resulta na qualidade de aprendizagem durante o curso.
Pois eu, por ser branco, não tenho esse direito. Preciso concorrer com o restante. Também não tenho o direito a receber auxílio comida, gás, luz, moradia , bolsa escola, bolsa família e mais sei lá eu o que. Apenas por ser trabalhador, capaz, responsável e esforçado.
Como tenho consciência de que não posso proporcionar o conforto que gostaria aos meus filhos, e consequentemente não os fiz, não recebo benefício algum nesse sentido, mas pago mais impostos para sustentar toda a massa inconsequente dos brasileiros que não a tem. Não ter filhos rendeu algumas economias, suficientes para adquirir algo em meu nome, e isso me impossibilita de participar do minha casa minha vida.
Sou classe média, não terminei segundo grau em escola pública, não tenho direito ao PROUNI. Sou homem, não me aposento antes, não tenho direito a licenças especiais, a vagas especiais em eleições, em filas, em naufrágios, em incêndios, em partidos, em empresas. Não sou promovido ou contratado pelo meu corpo ou minha beleza. Não tenho preferência em guarda de filhos. Se tomo um tapa na cara de uma mulher, não posso revidar, aliás, sou eu quem deve dar a cara a tapa em brigas e assaltos, em defesa do sexo frágil.
A pujança patriarcal é muito grande contra as pessoas da minha tribo. Eu e os iguais a mim, sobremaneira toda a classe média, sustentamos uma massa parasita da nação, que faz filhos indiscriminadamente e que não quer saber de responsabilidade alguma.
Agora a pergunta que mais me faço desde que o governo PT ascendeu: Quem é mais discriminado? Eu? Ou os negros? Ou os pobres? Ou as mulheres? Ou... Deixa pra lá, sabemos a resposta.
Que a discriminação contra os brancos, contra a classe média, contra os homens e contra os estudiosos, esforçados, competentes e merecedores, acabe. Chega de eu ter que sustentar filho, casa, escola e família dos outros.  Sustentar a mim mesmo condizentemente com a minha ambição já é bem difícil.

Publicado em: A Tribuna Regional no dia 18.02.2012
Editado/corrigido/pitaquiado por: Thiago Severgnini de Sousa e Ana Leticia Silva
Ilustrado por: Andrey Pietrowski
Escrito por:  @rjzucco

2 comentários:

  1. Corroborando minha tese, segue um texto.

    Hoje, tenho eu a impressão de que o "cidadão comum e branco" é agressivamente discriminado pelas autoridades e pela legislação infraconstitucional, a favor de outros cidadãos, desde que sejam índios, afrodescendentes, homossexuais ou se autodeclarem pertencentes a minorias submetidas a possíveis preconceitos.

    Assim é que, se um branco, um índio e um afrodescendente tiverem a mesma nota em um vestibular, pouco acima da linha de corte para ingresso nas Universidades e as vagas forem limitadas, o branco será excluído, de imediato, a favor de um deles! Em igualdade de condições, o branco é um cidadão inferior e deve ser discriminado, apesar da Lei Maior.

    Os índios, que, pela Constituição (art. 231), só deveriam ter direito às terras que ocupassem em 5 de outubro de 1988, por lei infraconstitucional passaram a ter direito a terras que ocuparam no passado. Menos de meio milhão de índios brasileiros - não contando os argentinos, bolivianos, paraguaios, uruguaios que pretendem ser beneficiados também - passaram a ser donos de 15% do território nacional, enquanto os outros 185 milhões de habitantes dispõem apenas de 85% dele.. Nessa exegese equivocada da Lei Suprema, todos os brasileiros não-índios foram discriminados.

    Aos 'quilombolas', que deveriam ser apenas os descendentes dos participantes de quilombos, e não os afrodescendentes, em geral, que vivem em torno daquelas antigas comunidades, tem sido destinada, também, parcela de território consideravelmente maior do que a Constituição permite (art. 68 ADCT), em clara discriminação ao cidadão que não se enquadra nesse conceito.

    Os homossexuais obtiveram do Presidente Lula e da Ministra Dilma Roussef o direito de ter um congresso financiado por dinheiro público, para realçar as suas tendências - algo que um cidadão comum jamais conseguiria!

    Os invasores de terras, que violentam, diariamente, a Constituição, vão passar a ter aposentadoria, num reconhecimento explícito de que o governo considera, mais que legítima, meritória a conduta consistente em agredir o direito. Trata-se de clara discriminação em relação ao cidadão comum, desempregado, que não tem esse 'privilégio', porque cumpre a lei.

    Desertores, assaltantes de bancos e assassinos, que, no passado, participaram da guerrilha, garantem a seus descendentes polpudas indenizações, pagas pelos contribuintes brasileiros. Está, hoje, em torno de 4 bilhões de reais o que é retirado dos pagadores de tributos para 'ressarcir' aqueles que resolveram pegar em armas contra o governo militar ou se disseram perseguidos.

    E são tantas as discriminações, que é de perguntar: de que vale o inciso IV do art. 3º da Lei Suprema?

    Como modesto advogado, cidadão comum e branco, sinto-me discriminado e cada vez com menos espaço, nesta terra de castas e privilégios.

    ( *Ives Gandra da Silva Martins é renomado professor emérito das universidades Mackenzie e UNIFMU e da Escola de Comando e Estado do Exército e presidente do Conselho de Estudos Jurídicos da Federação do Comércio do Estado de São Paulo ).

    Para os que desconhecem este é o :
    Inciso IV do art. 3° da CF a que se refere o Dr. Ives Granda, em sua íntegra:

    "promover o bem de todos, sem preconceito de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação."

    Assim, volta a ser atual, ou melhor nunca deixou de ser atual, a constatação do grande Rui Barbosa:

    "De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar da virtude, a rir-se da honra, a ter vergonha de ser honesto". (Senado Federal, RJ. Obras Completas, Rui Barbosa. v. 41, t. 3, 1914, p. 86)

    Ives Gandra da Silva Martins

    ResponderExcluir
  2. Estudo aponta que cotistas negros da UFRGS têm desempenho pior do que outros alunos
    Resultado de pesquisa pode levar à criação de uma coordenadoria específica para acompanhamento do grupo
    http://zerohora.clicrbs.com.br/rs/geral/noticia/2012/08/estudo-aponta-que-cotistas-negros-da-ufrgs-tem-desempenho-pior-do-que-outros-alunos-3839890.html

    ResponderExcluir