Pesquisar este blog

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Meninas

Há pouco tempo um rapaz foi preso por dar um selinho em uma menina de 12 anos em uma praça. Os boatos eram de que ele já namorava com a menina antes da maioridade, e que uma vizinha apenas esperou que ele aniversariasse para denunciá-lo, alegando que tinha medo dele prospectar sua filha de mesma idade. O nome disso é "estupro de vulnerável", é o estupro por violência presumida. Não houve estupro real. Segundo o ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente) mesmo que o menor queira, apenas a partir dos 14 anos tem o poder de consentir, pois antes ele é incapaz. Um simples abraço, interpretado de forma errônea, é suficiente para enquadrar nesses termos.
Esse caso ao meu ver foi a gota d’agua. Absolutamente descabido. Mas o que quero trazer à pauta com essa situação é o fato de as meninas de hoje, desde os doze até os dezoito, terem muito pouco de menininhas ingênuas. Saiam para a noite em lugares onde elas frequentam para verificar o que ocorre. Vestem-se libidinosamente, são devassas e atrevidas, tem corpo de mulher, produzem-se como adultas. Aliás, há um mercado fortíssimo e altamente lucrativo que serve apenas para transformar meninas em objetos sexuais mais atrativos aos homens. Esse comércio vai desde maquiagens, passando por books fotográficos eróticos, até roupas desnecessariamente decotadas e/ou pequenas.
A sociedade deveria se preocupar mais em orientar suas filhas e a Justiça deveria expandir sua visão para além da burocrática papelada judiciária e entender que, em uma quantidade inestimável de casos, quem é seduzido é o homem e não a “menininha”. Muitas delas, com treze/quatorze vão, por livre e espontânea vontade, por gostarem e nem sempre por necessidade, como defendem os julgadores, para a prostituição.
Lembro claramente que meu falecido irmão foi indiciado quando eu era pequeno, por abuso de menores. Ele estava permitindo que três “meninas” dos quinze aos dezessete anos morassem na casa dele. Duas delas eram prostitutas, e faziam isso para conseguir dinheiro para festas, drogas e bebedeiras. Não era por necessidade, nem para comer. Eu conversava com elas, para mim aquilo era complicado demais. Elas diziam que ganhavam para fazer o que mais gostavam na vida.
Ledo engano acreditar que elas eram exceções. Conversem com os professores dos adolescentes. Principalmente dos colégios públicos onde a estrutura familiar é falha. É o paraíso dos meninos inconsequentes. Meninas de dez anos, com corpo de quinze, mentindo a idade para seduzir os garotos.
Pais que alegam ignorância são, no mínimo, negligentes. Os meninos nessa idade não tem maturidade suficiente para lidar com os hormônios e a complexidade de um relacionamento claro. Mulheres amadurecem antes que homens, podem perguntar a qualquer psicólogo.
É evidente que não há como proibir que os filhos saiam em festas, que namorem, e até mesmo que iniciem a vida sexual. Mas há sim como orientar, impor limites, refrear esses impulsos adolescentes. Sem a orientação familiar, as meninas perdem o autorespeito e valor.
Não sou, definitivamente, tão conservador quanto pareço. Defendo lascívia e atrevimento. Mas sou veementemente contra a vulgaridade e a pobreza de criatividade. Apelação empobrece a pessoa enquanto indivíduo.
Sei que as novas gerações são difíceis de compreender e acompanhar, mas também sei que existem certos valores que não devem ser descartados. Algumas regras são necessárias para que a sociedade mantenha-se civilizada.



Publicado em: A Tribuna Regional no dia 28.01.2012
Editado/corrigido/pitaquiado por: Thiago Severgnini de Sousa e Ana Leticia Silva
Escrito por:  @rjzucco

Nenhum comentário:

Postar um comentário