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quinta-feira, 29 de março de 2012

Vigilância no bolso

Filosofando a respeito dos acontecimentos do dia a dia, invariavelmente percebo que grande parte das pessoas se deixa enganar simplesmente por preguiça de pensar a respeito de algo. Tenho dois exemplos clássicos de assuntos que abrangem a todos, mas que ninguém age. Onde há lesa, mas devido ao modismo sustentável ou a proteção das minorias, acabamos aplacando-nos.
O primeiro se refere aos 10% do garçom o qual sou cobrado em algum estabelecimento comercial qualquer.
Veja, se eu sou um empresário, e decido abrir um negócio, calculo os custos todos e dentre eles, o custo do meu funcionário. Isso é um fato, não há o que questionar. Em cima disso eu calculo quanto cobrarei pelos meus produtos ou serviços para que eu obtenha o lucro desejado.
Agora os estabelecimentos querem que eu pague 10% pelo serviço. Por acaso eu tenho 10% de desconto no que eu consumo?
A matemática é simples e elementar, se eu estou pagando o salário do garçom, então porque o produto não diminui o valor?
Será que apenas eu questiono o porque da necessidade de eu pagar pelo serviço do garçom, sendo que o valor do que me é oferecido não muda?
E como ficam os encargos trabalhistas se sou eu quem custeia esse funcionário?
Em Brasília há um lei que obriga pagar os 10%. A pergunta a qual já sabemos a resposta é, e existe lei obrigando o dono do estabelecimento a deduzir esse valor do cliente?
E tem outro ponto, muitos garçons dizem que esse dinheiro não chega a eles. Então o meu conselho é o seguinte, parem de dar 10% a mais de lucro ao estabelecimento, de bônus por você escolher este estabelecimento e não o do concorrente. Paguem o que for devido e se gostou do atendimento, entreguem a gorjeta na mão do garçom.
O estabelecimento tem obrigação de lhe atender bem e de oferecer melhores condições frente a concorrência, tanto em preço quanto em qualidade. Se não houver adaptação nesse sentido, levando-se em conta uma sociedade consciente, a falência é a consequência.
Conscientizem-se como consumidores coerentes e paguem apenas o que for justo, essa  é minha dica.
Outro ponto é o caso das sacolas plásticas nos supermercados. Primeiro que se o consumidor não as tiver mais, agora que já acostumou-se, terá que adquirir outras para colocar lixo, carregar algo, guardar roupas, alimentos, colocar compressas de gelo, organizar mala em viagens, e mais uma infinita quantidade de utilidades que foram descobertas ao longo de todos esses anos.
Segundo que se eu estou na rua e resolvo de última hora passar no mercado comprar coisas para casa, ou eu adquiro a tal sacola ecológica, que por sinal se for lavada regularmente causa exponencialmente mais dano ao ambiente do que os plásticos, ou carrego tudo em alguma caixa de papelão que os estabelecimentos se dispuseram a entregar. Importante salientar que em muitos mercados as sacolas foram abolidas.
Terceiro que o dinheiro que os mercados poupam nessa pujança toda, não é repassado como desconto ao consumidor. Pesquise rapidamente na internet e verá que os mercados no último ano economizaram milhões de reais só cessando o fornecimento destas. Isso mesmo, milhões.
Pense em substituir por sacolas de pano absolutamente tudo que você faz hoje com as de mercado e diga-me se é viável. Quem tem dinheiro acaba dando um jeito para isso, mas e a classe média e baixa que utiliza essas sacolinhas para quase tudo? Como ficam essas pessoas as quais três reais faz diferença no orçamento familiar?
Veja bem, eu não sou contra políticas que beneficiem o meio ambiente. Sou contra o consumidor ser logrado e ficar quieto. Sou contra grandes corporações lesarem seus clientes e ainda estes saírem satisfeitos achando que a corporação é do bem, verde e sustentável e que eles estão colaborando com isso.
Minha sugestão é, já que querem ajudar o meio ambiente, então forneçam sacolas biodegradáveis que não prejudiquem o meio ambiente, simples e rapidamente o problema está acabado e a vida dos consumidores não muda.
Precisamos ser mais vigilantes com nosso bolso. A indignação passiva a que nos submetemos com políticos corruptos não pode fazer parte da nossa rotina diária. O que eu faço? Vou apenas a estabelecimentos que distribuem sacolas.

Publicado em: A Tribuna Regional no dia 24.03.2012
Editado/corrigido/pitaquiado por: Thiago Severgnini de Sousa
Escrito por:  @rjzucco

2 comentários:

  1. Finalmente estão entendendo:

    O futuro da sacolinha plástica, vista como uma das grandes vilãs da onda sustentável e já banida em alguns pontos do país, estará em debate nesta segunda-feira, a partir das 8h30min, na sede do Ministério Público (MP) do Estado.

    Na oportunidade, a Associação Gaúcha de Supermercados (Agas), a Fecomércio-RS e o MP/RS assinarão um termo de cooperação que irá deflagrar a campanha "Sacola bem utilizada ajuda o meio ambiente".

    Segundo o presidente da Agas, Antônio Cesa Longo, a parceria surgiu a partir de uma série de palestras, reuniões e estudos em busca de soluções construídas a várias mãos para a questão das sacolas. A associação resiste ao fim das sacolinhas.

    Cerca de 13% levam sacolas extras para casa

    Entre os motivos está um estudo da própria Agas, que revela que 65% das sacolas plásticas ainda saem dos caixas sem ter sua capacidade total utilizada, e que 13% dos gaúchos levam sacolas extras para outras utilizações em casa. Para se ter uma ideia, cada sacola tem capacidade para, em média, seis quilos.

    — Se eliminarmos as sacolas plásticas, estaremos criando muito mais problemas do que soluções. Na prática, trocaríamos a cor do saco plástico de lixo, de branco para azul ou preto, e oneraríamos cada família gaúcha com cerca de R$ 15 mensais para a aquisição dos sacos de lixo — afirma Longo.

    Fonte: http://zerohora.clicrbs.com.br/rs/geral/noticia/2012/07/evento-na-capital-discute-o-futuro-do-uso-de-sacolinhas-plasticas-em-supermercados-3808297.html

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  2. Você já parou para pensar que não existe mais os "vira-latas". Agora os cachorros de rua são chamados de "rasga-sacos".

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