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quarta-feira, 25 de julho de 2012

Geração Y



Não é novidade que gosto de observar os humanos, as coisas, a natureza, a sociedade, as atitudes, enfim, sou um observador inveterado. Talvez por ler mais coisas que a maioria da população, devido aos conhecimentos de leitura corporal e comportamento social, acredito que sou um pouco mais crítico que o normal.
Nessas observações percebi uma característica comum a quase todos os bem qualificados e ambiciosos: ansiedade.
Os profissionais atuais são menos estáveis em seus empregos, e não é por sua instabilidade emocional, ou por desapego a empresa, também não são demitidos, pois são competentes, e entenda-se como competência o conjunto completo. Ocorre que eles buscam empresas com um perfil que saiba aproveitar todo o potencial da multitarefada geração Y.
A grande maioria das empresas existentes hoje ainda são geridas pelo modelo antigo. Técnicas conservadoras de administração ainda vigem. Donos de empresa que acreditam que o funcionário tem que ir falar com o chefe e pedir aumento, enquanto os funcionários se qualificam e esperam que a empresa os reconheça e os valorize, e caso isso não aconteça, como normalmente é feito, eles migram para outra que acene com essa possibilidade.
Isso é um prejuízo gigantesco, pois a perda de conhecimento que a empresa tem não será ressarcida em um espaço de tempo curto. Além do desgaste interno que é claro quando ocorrem evasões.
É impressionante a competência e capacidade dessa nova geração. Embora eu não faça parte dela, (eu acho) acabei me inserindo pela pouca diferença de idade, e sou também um ansioso ambicioso. Mas nunca deixei uma empresa na mão quando saí. Tenho responsabilidade e comprometimento. Também nunca fui demitido, pois sempre procurei fazer o meu melhor.
Mas confesso que tenho medo de disputar vagas com esses novos talentos. São craques, aprendem rápido, são desenvoltos, descolados, inteligentes e produtivos. Os antigos ainda se mantêm pela experiência e maturidade, coisa que os novos ainda terão que conquistar, mas afirmo, sem medo de errar, que em qualquer função nova, criada hoje, por exemplo, os novos deixam-nos da geração passada, no chinelo.
Isso tem seu lado bom, fomentou a qualificação profissional, acordou algumas empresas para o novo mundo. Dell por exemplo tem uma maneira totalmente diferente de gerenciar as pessoas; paga muito, cobra mais ainda, e reconhece. Premia, incentiva, "empurra", cobra, mas faz o profissional utilizar todo o seu potencial, se desenvolver e produzir mais do que em uma empresa tradicional, onde acabaria subutilizado. Isso gera uma reação em cadeia em todo o mercado, em toda a sociedade.
Isso tudo é apenas para explicar que a pressa e a urgência que observei na rua, agora também no interior, têm um propósito. As novas gerações são diferentes, mais estimuladas, mais espertas e mais inteligentes. Precisamos aprender a trabalhar com elas como aliadas e não como inimigas. Precisamos saber valorizá-las, ou as perderemos e precisamos, acima de tudo, identificar o nosso lugar nesse cenário e entender que a convivência é uma necessidade.



Publicado em: A Tribuna Regional no dia 09.06.2012
Editado/corrigido/pitaquiado por: Thiago Severgnini de Sousa
Escrito por:  @rjzucco



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